“Nunca vamos esquecer deste dia, o mais feliz da minha vida.”
Sempre gostei muito de crianças, desde muito nova sonhava em ser mãe, como tudo na minha vida foi muito planejado, com um filho não seria diferente. Queria ter toda estrutura que uma pessoa necessita para criar um filho, além de um companheiro que também tivesse o mesmo desejo. Quando conheci meu marido, tive a certeza que ele seria o pai ideal. Namoramos nove anos, casamos em maio de 2005 e aí sim, seria o momento certo para que eu realizasse meu sonho. Meu marido ria e pedia que eu esperasse mais um pouco, pois ainda eu estava terminando meu curso universitário, mas minha ansiedade era tanta que não dava mais para esperar. Parei o anticoncepcional com quatro meses de casada, com dois meses depois já estava grávida, foi uma grande festa, no mesmo dia liguei para a família toda. Comecei meu pré-natal me sentido realizada, com 22 semanas de gestação comecei a sentir contrações, procurei minha obstetra na época e ela disse que estava muito cedo para que eu apresentasse aquele quadro, me internou e começou a investigar, segundo alguns exames, estava com uma infecção urinária muito forte, imediatamente ela entrou com antibiótico para reverter o quadro e no dia seguinte, a bolsa rompeu, tive que esperar a minha filha morrer e o meu organismo expulsar a criança. Foi um trauma muito grande, naquele momento parecia que o mundo tinha desabado, uma dor inexplicável. Saí do hospital no dia seguinte atordoada, desesperada, perdida. Fui me recuperando e resolvi evitar com tabela, mas ela falhou e com 40 dias depois estava grávida outra vez, meu marido fez uma festa, já eu, que estava ainda muito abalada, fiquei receosa. Resolvi então fazer meu pré-natal em Salvador, queria uma estrutura maior desta vez, mas infelizmente foi em vão, com 11 semanas o feto já não apresentava batimentos cardíacos. O médico disse que eu estava pagando algum carma, saí da clínica apavorada e revoltada com aquele comentário.
Retornei para o interior, uma amiga disse para procurar Dra. Tayse Rodrigues, assim o fiz e fiquei encantada com o profissionalismo, carinho e atenção, um ser humano maravilhoso, contei o ocorrido e disse que estava decidida a desistir, ela conseguiu me tranqüilizar um pouco, dizendo que iríamos conseguir, acharíamos uma saída e que tinha um colega e amigo, Dr. Manoel Sarno, que tinha pouco tempo que retornou a Bahia, investigava e tratava abortos recorrentes e que valia a pena, pois era um grande especialista. Marquei uma avaliação, no dia e hora previsto, estávamos lá, ansiosos. Dr. Manoel com muita calma ouviu toda minha história, me explicou o que poderia provocar este problema e pediu vários exames. Na investigação foi constatado que havia um fator aloimune presente, na qual não tinha anticorpos bloqueadores em relação ao meu marido, tinha também mutação heterozigoto da MTHFR, além de tireodite. Começamos o tratamento pelas vacinas, tomei 02 imunizações com linfócitos do meu marido, repeti o crossmatch e não teve alteração nenhuma, fiquei arrasada. Dr. Manoel me explicou que isso podia ocorrer e que a próxima etapa seria arranjar um doador que não fosse parente meu nem do meu marido, disse a ele que até que eu conseguisse e que o doador fizesse todos os exames perderia muito tempo, então ele conseguiu um doador, sua esposa, Dra. Lílian, a quem sou muito grata. Tomei as vacinas do doador e do meu marido, e depois de novos exames, tinha positivado pela metade, precisava tomar mais 03 vacinas quinzenalmente do meu marido, fizemos as vacinas e em abril de 2006 estava liberada para engravidar. Nessa fase, como nos reforços, Luciana, bióloga da clínica foi muito atenciosa, agradeço o carinho de coração.
Comecei a tentar, só que a ansiedade atrapalhava, estava muito angustiada. Dr. Manoel vendo tanto sofrimento me encaminhou para uma colega, Dra. Karina Adami, uma profissional excepcional que também se mostrou uma grande amiga e incentivadora. Começamos a usar alguns remédios para ovulação, tudo em vão. Dra. Karina resolveu pedir novos exames e constatou que o TSH estava muito alto. Aumentei a dose do remédio da tireóide e no mês seguinte estava grávida naturalmente, em abril de 2007. O primeiro trimestre continuei sendo acompanhada por Dra. Karina e Dr. Manoel como ultra-sonografista, tomando as vacinas, vitaminas, progesterona, somalgin e heparina, foi um período de muita cautela, porém confiante. Após esta etapa vencida com o acompanhamento da Dra. Karina e do Dr. Manoel, procurei Dra. Sylvia Vianna, de quem tinha ótimas referências. Obstetra admirável, que com todo carinho e cuidado conduziu minha gestação até o grande dia, o nascimento do meu príncipe. No dia 28 de dezembro de 2007, com 37semanas e 05 dias às 14;02 h. nasceu Marco Antônio, pesando 2.690g. Nunca vamos esquecer deste dia, o mais feliz da minha vida e do meu marido.
A maternidade é uma experiência diferente de qualquer outra no mundo. Não existe nada tão profundo, nada que promova o nosso crescimento tão além do que nós possamos ter imaginado. É um grande desafio, mas ao mesmo tempo oferece recompensas únicas. Outras experiências na vida podem gerar alegria, ou satisfação, ou podem estimular o nosso crescimento, mas nenhuma na mesma escala que a maternidade.
Hoje, podemos definir a felicidade na sua plenitude. E quando olhamos para nosso filho, criança saudável, linda e perfeita, agradecemos a Deus por ter colocado Dr. Manoel Sarno nas nossas vidas, profissional ímpar, de um conhecimento incomensurável, além de uma tranqüilidade invejável. Porque haja paciência para agüentar minha ansiedade.
Rose, Eliel e Marco Antônio