Ao engravidar pela primeira vez, não pude curtir por muito tempo a idéia de estar grávida, pois após os primeiros ultrassons na 5ª e 6ª semanas de gestação, verificou-se que o feto não tinha batimentos cardíacos e caminhava para um aborto espontâneo. Fui informada de que este era um fato muito comum numa primeira gestação.
Assim sendo, eu e meu esposo tivemos que nos conformar com o fato ocorrido, e ouvir de muitos : “há males que vêm para o bem…” , “foi melhor asssim…”, “Deus sabe o que faz…”. Aceitamos a situação. 5 meses depois, novamente estava grávida e, desta vez, tinha a sensação de que tudo daria certo, uma vez que já tinha perdido a 1ª gravidez, a probabilidade de perder novamente seria menor.
Resolvemos mudar de médico, com a finalidade de ter um novo acompanhamento e ter a sensação de estar começando tudo de uma outra maneira. Mais uma vez, fomos pegos pela surpresa. Após 6 semanas de gestação, não se conseguia ouvir os batimentos cardíacos do feto. Para o médico que me acompanhava naquele momento (2ª gestação), tudo era possível e ele acreditava que poderia estar havendo uma má formação do feto. Aí, pediu uma primeira investigação: o acompanhamento genético do casal. Os nossos cariótipos eram normais, bem como todos os outros exames rotineiros feitos.
O médico nos informou que era mais comum do que se imaginava estas perdas e chegou a citar o trabalho de Dr. Barini, mas dizendo que ele particularmente não acreditava que abortos acontecessem por causas imunológicas, mas por causa de má formação do feto. Mais uma vez, ficamos de mãos atadas. O que fazer? Esperar ou investigar mais? Não estávamos satisfeitos e nem convencidos com os argumentos do profissional que me acompanhava. Então, resolvemos correr atrás, investigando profundamente e não mais voltar a ele. Todos os exames feitos estavam sempre normais. A angústia era grande, pois não havia causa aparente que explicasse a situação. Recorremos a outros profissionais da área aqui em Salvador, mas eles estavam cada vez mais perdidos, sem encontrar uma verdadeira causa.
Mais uma vez, trocamos de médico… Engravidei pela 3ª vez. Já estava receiosa quando fui fazer o 1º ultrassom. Os batimentos desta vez foram ouvidos. Felizmente! Saí com a sensação de que daquela vez tudo daria certo, mas estava com um pé na frente e outro atrás, pois ainda estava “traumatizada” com o que nos tinha acontecido anteriormente. O novo médico que me acompanhava, tinha receitado progesterona, para tentar segurar a 3ª gravidez. Na 7ª semana de gestação, fui fazer novo ultrassom. Não havia mais batimentos. Fiquei desesperada. Meu Deus, o que está ocorrendo?Por que as minhas gestaçoes paravam de se desenvolver na 6ª ou 7ª semana sem causas explicáveis? Aí, o Dr. Luiz Eduardo Machado, o médico que me acompanhou na 3ª gestação e que até hoje é o meu obstetra e amigo, sugeriu que eu investigasse melhor essas perdas com o Dr. Barini, lá em Campinas-SP.
Meu marido estava mais inconformado do que tudo e não mais acreditava que pudéssemos ter filhos. Neste ponto, eu era bem mais otimista que ele e pedi, pelo amor de Deus, que ele tivesse paciência que logo tudo se resolveria. Existiu uma grande crise no nosso casamento em função dessas incertezas…Resolvi, então, começar a pesquisar sobre os abortos recorrentes. Entrei em vários sites na internet, fiz várias perguntas aos médicos pela internet e um deles, o Dr. Marcelo Cavalcante, médico cearence que havia trabalhado com o Dr. Barini em Campinas, me orientou, explicando, detalhadamente, o que nós deveríamos fazer para investigar melhor a situação. Seguimos as suas orientações, enviando amostras de sangue do casal para Campinas, para ser feito o Crossmatch, um exame específico que detecta problemas imunológicos. Parecia ter uma luz no fim do túnel…Felizmente, descobrimos o pequeno detalhe que impedia que minhas gestações evoluissem.
Quando tomei as 2 vacinas, foi criado um reforço imunológico no meu organismo e logo já estava libarada para engravidar novamente. Pouco tempo depois, estava grávida pela 4ª vez, mas desta vez tudo evoluiu otimamente. Graças a Deus, aos estudos de Dr. Barini, a indicação de Dr. Luiz Machado e as orientações de Dr. Marcelo Cavalcante, pude ter uma gravidez tranquila e no dia 21 de julho de 2004, nasceu Marianna de Souza Alonso Garrido, nossa filha linda e saudável, com 3,240Kg e 48 cm. A sensação e a emoção do nascimento são indescritíves!
Hoje, ela é a luz que veio para preencher e alegrar ainda mais nossas vidas.
Viviane de Souza Garrido