Dois meses depois estava novamente grávida e desta vez tinha a sensação de que tudo daria certo, uma vez que já tinha perdido a primeira gravidez, a probabilidade de perder novamente seria menor. Assim fomos informados. Após a 6ª semana de gestação não se conseguiu ouvir os batimentos cardíacos do feto, porém, já receoso, o médico pediu que aguardássemos mais uma semana e não havendo batimentos, teria que induzir o aborto.
Passei por uma semana angustiadíssima e infinita… Enfim, chegou o dia! Eu já estava na 7ª semana de gestação, foi feito a ultra-sonografia e ouviu-se os batimentos do feto. Ufa! Que alívio! Pude nesse momento respirar aliviada depois de uma semana tão sofrida. Para completar, o médico nos informou que era uma gravidez gemelar e que um feto estava sem batimentos, mas nem por isso prejudicaria no desenvolvimento do outro. Naquele momento confesso que fiquei um pouco atordoada com a notícia, mas logo me recuperei, pois tinha um bebê crescendo dentro de mim.
Por precaução, o médico pediu que eu comparecesse semanalmente à sua clínica para realização de ultra-sonografia.
Após 8 dias, senti uma brusca queda de pressão, fui imediatamente, a critério médico, fazer uma ultra-sonografia e mais uma vez o meu sonho tinha se interrompido. Ficamos totalmente arrasados! Mais uma vez o nosso sonho tinha virado um terrível pesadelo.
Passei por uma dolorosa e traumatizante curetagem.
Em janeiro de 2004, resolvi procurar outro médico para que pudesse orientar a mim e ao meu marido, nos dando uma direção. Foi aí que procuramos Dr. Jorge Valente e relatamos o que havia acontecido conosco. Na primeira consulta tive a sensação de estar começando tudo de novo, o médico não descartou qualquer hipótese, tudo era possível e ele acreditava que poderia está havendo uma má formação fetal. Iniciou-se a investigação. Eu e meu marido fizemos uma bateria de exames e o resultado foi NORMAL.
A angústia continuava, pois não havia causa aparente que explicasse o que estava acontecendo com as minhas gestações.
Partindo do resultado dos exames, o médico não tinha o que fazer, tudo estava aparentemente normal. Iniciou-se então um tratamento com ácido fólico. Após três meses o médico liberou para uma nova gravidez, desta vez com mais esperança.
Em junho de 2005 engravidei pela terceira vez. Fui fazer a 1ª ultra-sononografia e constatou uma gestação de 4 semanas. Após duas semanas voltei para realizar mais uma ultra-sonografia pra ouvir os batimentos. Para minha alegria, ouvimos emocionados os batimentos e com uma sensação maravilhosa que desta vez daria tudo certo! Pois me encontrava traumatizada com os acontecimentos anteriores.
Foi receitada por Dr. Jorge Valente progesterona “evocanil”. Tudo estava correndo bem, eu estava imensamente feliz, radiante e segura que desta vez eu teria um bebê! Acontece que na 13ª semana de gestação, senti um pouco de cólicas, mas nada anormal, por precaução resolvi fazer uma ultra-sononografia no dia 31/07/2005. Já havia passado “o período de risco”, estava entrando no 2º trimestre. Mas… para minha infelicidade, não se ouviu os batimentos do feto, fomos informados que já havia em torno de 8 dias o feto sem batimentos. Ficamos desesperados!!! Porque meu Deus está acontecendo isso comigo, logo eu que gosto tanto de crianças e desejo tanto ser mãe!? Perguntava-me o tempo todo.
Por orientação médica, fomos pra Salvador onde foi realizada a curetagem e enviado o feto para análise e estudo mais aprofundado, para dar alguma direção e assim iniciarmos um tratamento, se necessário.
Dr. Jorge Valente nos sugeriu procurar um especialista em abortos recorrentes e nos indicou Dr. Manoel Sarno.
Eu e meu esposo marcamos uma consulta em 19/09/2005, iniciando ali uma grande esperança. Dr. Manoel, pacientemente, nos explicou o que poderia está acontecendo com as minhas gestações. Solicitou-me vários exames, que só após os seus resultados iniciaríamos o tratamento adequado.
Após o resultado do exame crossmatch sendo negativo, evidenciando que eu não tinha anticorpos bloqueadores para os antígenos do meu marido, iniciamos as imunizações com linfócitos paternos, com intervalo de quatro semanas. A primeira vacina foi em 17/10/2005 e a 2ª dose em 21/11/2005.
Em 03/01/2006 repetimos o exame crossmatch e o NK para ver a presença de anticorpos anti-linfocitários, sendo positivo estaria liberada para engravidar.
Lembro-me como se fosse hoje, no dia 12/01/2006, recebi uma maravilhosa notícia da bióloga Luciana. Que meu exame deu positivo e que eu já poderia tentar uma nova gravidez. Pois bem, neste dia mesmo iniciamos as tentativas!
No dia 30/01/2006, sentindo muitas náuseas resolvi fazer o teste de gravidez e pra minha grande felicidade estava grávida!!! Ou melhor, estávamos grávidos!
A vontade era de gritar para os quatro cantos do mundo que eu ia ser MÃE e que desta vez sim, tudo daria certo, porque eu estava sendo acompanhada com a pessoa certa.
E graças a Deus e a Dr. Manoel Sarno, no dia 11 de setembro de 2006, às 22:04h, pesando 2.840 kg nasceu o meu querido e amado filho Carlos. E com muita emoção dei a ele o nome do avô paterno, pessoa maravilhosa que infelizmente não estava presente para curtirmos juntos este lindo momento, mas sei que de lá de cima, junto com “papai do céu” estava torcendo por nós.
Dr. Manoel, o sr. não pode imaginar a dimensão da alegria que nos deu em ter realizado o nosso sonho em ser Pais. Hoje, olho o meu filho me chamando de “mamã” que antes era apenas um sonho que com a sua ajuda e dedicação, este sonho se realizou!
Nosso muito obrigado!!!
Ticia, Inocêncio e Carlos