Impossível exprimir meus sentimentos

Tenho 38 anos, um filho de 7 meses e há 4 anos tentando engravidar.

“Será impossível exprimir em palavras meus sentimentos nesse período. Sofrimentos, incertezas e buscas. Foram poucos os dias em que não tive que ir, antes do trabalho, à clínica, fazer repetidos exames, tomar medicações ou fazer procedimentos. Alguns, inclusive, invasivos, como a histerossalpingografia, histeroscopia com biópsia de endométrio e quase era submetida a uma laparoscopia diagnóstica. Tudo isso na expectativa de ter um filho.

Apesar de não poder explicar em detalhes, serei entendida por quem passa por isso. Meu objetivo nesse momento é ajudar, transmitir esperança porque ela existe. Fazer acreditar que pode acontecer, e orientar o caminho que me ajudou a realizar o meu sonho. Apesar de ter realizado 5 tentativas com inseminação artificial dentro das condições ideais do procedimento não consegui a gravidez.

Foram encontradas algumas alterações no sistema de coagulação (trombofilias) que foram sanadas com medicações anticoagulantes (Heparina e Aspirina). Tenho uma leve diminuição das proteínas S e C, redução da atividade da antitrombina III, além de uma mutação heterozigota da Metileno Tetrahidrofolato Redutase (MTHFR). Todas relacionadas com aumento do risco de trombose e perdas fetais espontâneas. Apresento além desses fatores, e, talvez, o mais importante, um excesso de compatibilidade sangüínea com meu marido que eu desconhecia e foi assim que meu filho nasceu.

Somava-se a toda minha expectativa e dificuldade de engravidar, uma história de 2 abortos espontâneos.

Através do meu obstetra, Dr. Carlos Menezes, entramos em contato com a equipe de Imunologia da Reprodução da UNICAMP em Campinas-SP e posteriormente, com Dr. Manoel Sarno na ALOIMUNE IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO, com quem realizei meu tratamento. Recebi doses da imunoterapia com linfócitos do sangue do esposo e doador (Vacinas), tendo como finalidade a minha produção dos anticorpos bloqueadores, favorecendo uma resposta imune menos agressiva contra placenta e embrião. Realizei o Crossmatch antes do tratamento que evidenciou ausência desses anticorpos. Após algumas doses da vacina, meu teste foi positivado e pude, então, engravidar.

Olho meu filho dormindo à noite e rezo a DEUS, agradecendo, e também, por ter tido a sorte de encontrar as pessoas certas. Apesar da esperança, a angústia, às vezes, nos tira desse mundo como se nada mais tivesse sentido. A trajetória foi longa e árdua, mas, digo hoje, que faria tudo novamente e faria também tudo que fosse preciso para que esse milagre acontecesse.

Hoje, me encontro grávida novamente e breve terei meu segundo filho. Essa gravidez foi espontânea e não precisei fazer nenhum tratamento adicional.”